A princípio esta postagem não tem
nenhuma intenção de expor dados, sequer preocupar-me com isso, mas a realidade é
que ela foi motivada pelo comentário equivocado que fiz a um trabalho de um
amigo, mais conhecido como Charles Produções, o que o deixou aparentemente
chateado, não sei se pela minha sinceridade ou, então, pelo fato que neste caso
seu trabalho não me causou o impacto que desejava no primeiro momento, mas venho
aqui para me retratar e de certo modo, por em prática o exercício de escrever e
compartilhar o cotidiano.
http://chproducoes.blogspot.com.br/ |
Para um artista não existe coisa pior
que um expectador, leitor, ouvinte, enfim, aquele público ao qual se destina a
se apresentar, quando este se mostra indiferente ao seu trabalho ou faz ao
mesmo julgamento errôneo. Às vezes por mero desconhecimento das técnicas
envolvidas, ou por desconfiar da habilidade do artista, não damos a devida
atenção a um trabalho e dispensamos tempo demasiado a outros, muitas vezes nós
fazemos isso sem perceber, pois nos dias atuais em que a quantidade de informação
a que somos apresentados ou que nos chega oriunda de diversos meios, vai se
tornando incalculável, é cada vez mais difícil se dispor a ver, ler e ouvir
tudo. Agora mesmo seja qual for o meio pelo qual lhe chega esta postagem, deve
estar se perguntando se deve continuar a ler ou não.
Certa vez, li numa revista, acredito que
foi na Superinteressante, um estudo da University of Southern California que
contabilizou a quantidade de informações que recebemos diariamente e chegaram ao
impressionante resultado equivalente ao conteúdo de 174 jornais e que isto
representava cinco vezes mais do que em 1986, grande parte se deve a propagação
e popularização da internet e de aparelhos eletrônicos, tablets, gadgets, celulares
e afins, pelos quais as informações transitam rapidamente em todo o globo. Isso
me fez pensar noutra notícia que revelava que há 25 anos, a quantidade de
conteúdo gerado por pessoa era de duas páginas e meia, principalmente pelo correio,
telefone e fax.
Voltando ao Charles Produções, este sempre
que posta algum trabalho fotográfico novo, como muitos nas redes sociais, quer
além de expor o seu resultado, permitir que seu cliente tenha uma amostra do
que virá no trabalho final, também intenciona que estes sirvam de vitrine na
busca de novos clientes que almejam e o procuram para ter seus “grandes
momentos” eternizados por suas lentes. E nesta busca ele sempre aplica técnicas
diferenciadas, conseguindo com a combinação de bons equipamentos e estudo
constante, inclusive aprimorando técnicas e de softwares específicos do ramo, trabalhos
magníficos. Porém em uma de suas postagens recentes, fiquei intrigado não com a
qualidade da imagem, mas sim com a técnica utilizada, pois a princípio me pareceu
ser uma foto “mal tratada” que ele havia exposto sem querer.
Grande erro o meu, a foto em questão
tratava-se de um belo trabalho de criação de dois artistas distintos: de um
lado Charles Produções utilizando-se do controle de foco, luz e sombra,
velocidade de obturador, tempo de disparo, abertura de íris, tipo de lente,
enquadramento, flash e todos os demais detalhes que envolvem a arte de
fotografar. Na outra ponta, tínhamos o Beto Arts,
que havia esculpido em melancias, sim isso mesmo que você leu várias imagens e
dentre elas a do casal nubente e a palavra amor envolta em um coração. Ou seja,
fiz um comentário descabido por não saber e não conhecer ou perceber o ambiente
e condições em que fora tirada a foto. E julguei como sem valor e de amador um
trabalho belíssimo, feito por dois verdadeiros artistas, por estar demasiadamente
apegado as minhas concepções e percepções, ou seja, achei que retratos são apenas
a reprodução fiel do que os olhos vêem e não a arte de eternizar momentos e sensações.
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