meu último poema

este é meu último poema
dentre os tantos não lidos
este o será também, especial
falará este de possibilidades,
do amor não-táctil,
do vermelho que lhe cobre o lábio,
e será este lido a multidão
e ouvido por ninguém
não, não sei
se as rimas que  ora
venham se interar nele
são pobres e fogem do sentido
e da idéia de serem proferidas,
pois a palavra não dita
é superior a que jamais fora olvidada
e como todas que a suscederam
não quer dizer nada.
rimo de modo singular
uma pluralidade de sentidos
Há vezes que ter sentido não faz sentido,
porém meu verso estremece o cardio,
entumece o lábio e o deixa parecer falho,
mas falo de modo obtuso e análogo.
os caminhos que percorro sozinho
são feito campo árido
cobertos de espinhos
e nunca houve rosas, nem dádiva esperançosa
todas as frases se intercalam
assim como o poeta também se calam
a medida que o absolvem e não o absorvem
sinto dores no peito e peço um fim
afinal o entendimento do verso
não passa pelo certo e errado
muitos deles nem sairam de mim.

2 comentários:

  1. Dor e desejo se juntam intensamente nos seus verSos, ao mesmo tempo que o eu-lírico se recrimina pelo fato de não dizer, como deveria ou gostaria, o que sente. Sensível, hermético, intimista e belo poema. Parabéns!

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  2. que belo versejar, meu amigo.
    Dor, sentimento, ousadia, desdém se misturam em palavras soltas intercalando sensibilidade e carinho.
    parabéns.


    Meus versos??
    São nada especial...
    apenas versos dispersos
    sem rimas nem trovas
    escrito de um nada
    para alguém ler;
    devaneios tontos
    de um ser integente
    que nada sente
    apenas zomba
    de um doce querer.

    Kedma O'liver

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