"Você é poeta ou copia textos dos outros e assume autoria?"
Às vezes me intriga a maneira como as pessoas insistem em julgar a capacidade alheia, porém o fato também serviu de alerta, pois apesar de ter feito um trabalho até então, julgado por muitos como bom, eu nunca pensei no que isto poderia representar antes de tê-lo feito ou mesmo se estava fazendo da maneira certa. Segui apenas os meus instintos e da maneira que achei que seria o correto, mas vejo agora um erro simples, ter esquecido das pessoas que nos rodeiam, isso mesmo, a gente quando pensa em divulgar um trabalho, pensa no marketing pessoal, nas redes, nos emails, nas pessoas, declaradamente, com interesses comuns, nos convites, enfim, pensa em inúmeras coisas e muitas vezes se esquece de falar para quem está ao seu lado. Talvez achemos, por engano, que se este ou aquele tivesse a obrigação de saber ou melhor achando que o trabalho chegará naturalmente ao encontro de todas as pessoas, sim pode até acontecer se o mesmo for feito de maneira a massificar, porém isso não acontece na literatura e ainda mais quando feita de forma independente. Aqui o autor e seus leitores são os melhores porta-vozes do trabalho sendo bom, normalmente indicam a outros.
Rabisquei alguns versos pensando nisso
Desproposital dizer durante o etilíco efeito
Paupérrimo no linguajar, sem modos
Como Poeta de limitados versos mal feitos,
Reconheço o que sou e não me incomodo.
O gato preto vista três outros no cômodo
Mas nem de si percebe a qualidade e defeito
A língua ferina por não ter osso, de sobremodo,
É tida por muitos a que mais atinge pelo seu efeito.
Sem volta a palavra solta ao vento é inconteste
A vida nos impõe a cada dia sempre novo teste
Mas não tenha por isso motivo que me encrespe
E sendo esta serviçal minha única veste
E não tendo a dizer nada mais que preste
Da rima não será hoje o dia que meu ser se despe.
Fernandes Oliveira 10/02/2013
Poema belíssimo
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