Poesia - Longe do Ninho

Tem cuidado o artesão,
Com sua hábil mão,
Em fabricar o claustro,
Enquanto
Pássaro lança seu canto,
Come o fruto e beija a flor,
Isto ao caçador
É como rastro.
Se eu fosse ave
Que pudesse voar
Por entre vales,
Sobre as montanhas,
E todos os mares
Sem me preocupar,
Sair desta casa
E livre abrir
Minhas asas,
Isto decerto faria.
Mas sou um passarinho,
Longe do ninho,
E lhe confesso
Que sonho um dia
Quem sabe a floresta
Fazer regresso.
Mas coitado de mim,
Ter que viver assim.
Fui pego em cilada,
Pobre ave!
Pelo instinto levada,
Achei não ter perigo,
Caí nas mãos do maior inimigo.
Grande erro este o meu,
Pois não me deu
Chance o caçador ,
Sequer de  defender-me
Quis logo em cela meter-me
Tirem-me daqui, por favor!

                        FERNANDES OLIVEIRA


Um comentário:

  1. Esse é um belo e profundo poema, capaz de mexer com a alma de um ser humano! E também nos fazer refletir sobre a nossa atitude com os animais, que prendemos constantimente! meus parabéns, Fernandes!

    ResponderExcluir