Debaixo da mangueira

Nunca fiz uma canção em exílio
e a única pena que eu sentia
não era das mães que choravam
ai de mim sofrer por bem não tido
melhor seria mudo ter ficado
o ouro que as vestes lhe cobrem
nada me vale, melhor é a frondosa
árvore do campo, lembrança minha,
onde meus amores todos nasceram
debaixo de suas aconchegantes sombras
todas ali a meus encantos cederam.
Na vida não busquei as afáveis rimas,
que enganam a todos pelo sentido,
preferi o mórbido e dolente verso
que ao meu ser nutria e fazia-me vivo.

FERNANDES

Um comentário:

  1. gostei da poesia, mas fiquei curiosa pois sou aprendiz na leitura das "entrelinhas" , explico,pelo que entendi a mãe a que vc se refere eh a sua, por não mais existir ou por não conhecê-la? desculpa , tá , mas sou devagar mesmo. No geral achei muito bom o tema, bem sua proposta.

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